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Alcântaras

Alcântaras é um município brasileiro do estado do Ceará. Localiza-se na microrregião de Meruoca, mesorregião Noroeste Cearense. Está distante 261km de Fortaleza, sendo o acesso feito pela BR-222 e CE-440.


História

O atual município de Alcântaras está localizado na Serra da Meruoca. Segundo o escritor e genealogista DIOGO (2016) “antigo território dos Arerius, também chamados de ‘Rerius, Irarius, Irarijus, Ararius, Arearus’ e por outras mais corruptelas. Os índios Rerius fazem parte de uma grande etnia Tapuia, que inclui em si dez tribos: os Trairus”. A passagem dos indígenas se torna mais evidente com alguns achados, que quase sempre são encontrados por alguns agricultores. No distrito de Ventura ha testemunho de vários achados, que incluem pequenos alicerces e pequenos fragmentos de cerâmica. DIOGO (2016) também explica “que os índios pertencentes a etnia Tapuia eram muito resistentes ao contato com os europeus. Na maioria dos casos os gentios preferiam se refugiaram em terrenos acidentados e de difícil acesso a fim de se manterem isolados dos europeus”. O nome Tapuia foi uma denominação feita pelos índios Tupis, que significa inimigos.

O território de Alcântaras, primitivamente chamado de Sítio São José, tem como os primeiros donos destas glebas o português José de Araújo Costa, da freguesia de Santa Lucrécia de Louro, e sua esposa, à pernambucana Brites de Vasconcelos, nascida em 1724, em Igaraçu, Pernambuco; filha do Capitão Manoel Vaz Carrasco e Madalena de Sá. Sobre a origem do Sítio São José, nas páginas 62 e 63 do livro “Alcântaras: III séculos de História” DIOGO (2016) explica “que os primeiros moradores destas glebas tenham chegado em 1757”, portanto, 33 anos após o primeiro casal branco a fixar residência na Serra da Meruoca, o casal Cel. Sebastião de Sá e sua Mulher Cosma Ribeiro Franca; que no ano de 1724 tomaram posse da terra que receberam em sesmaria, medindo duas léguas e meia às margens do riacho Itacaranha.

A primeira denominação das terras onde hoje está edificada a cidade de Alcântaras foi São José e posteriormente São José dos Alcântaras. O nome São José é citado em antigos documentos do século XVIII. Ao que tudo indica, o nome SÃO JOSÉ tem suas origens no nome do primeiro dono destas terras, o português José de Araújo Costa. No livro de batismo de 1918, o nome São José é citado nos registros de batismo. Com a chegada dos Alcântaras a estas terras — por volta de 1790 a 1800— o sítio São José anos depois passaria a se chamar São José dos Alcântaras e posteriormente Alcântaras. DIOGO (2016) escreve que “o nome Alcântaras a estas terras se deu devido ao grande número de pessoas na região com o sobrenome Alcântara.” Num segundo momento o escritor alcantarense explica “que sobrenome Alcântara como a grande maioria dos sobrenomes no Brasil tem suas origens na Europa, na Península Ibérica. No período colonial era bastante comum navios com imigrantes europeus atracarem em terras brasileiras em busca de riquezas; muitos destes imigrantes acabavam se casando e seus filhos herdando seus sobrenomes.”

DIOGO (2016) também ressalta que no início do século XIX as terras alcantarenses constavam entre as mais produtoras de algodão no Ceará, quando explica ” Estas terras já se destacavam entre as principais regiões produtoras de algodão da província nos anos de 1810 e 1820. Nesta época o sítio Algodões já despontava como um dos principais produtores de algodão do Ceará.

Um dos mais importantes, que de certa forma contribuiu para o progresso das terras alcantarenses foi o senhor João Capistrano. O genealogista alcantarense DIOGO (2016) assim informa “ao longo de sua vida João Capistrano exerceu várias funções, contribuindo de forma efetiva para o desenvolvimento cultural do sítio São José. Devido aos inúmeros serviços prestados na região, Capistrano é inegavelmente reconhecido como o principal responsável pelo progresso no território alcantarense; trabalhou como comerciante, marchante, padeiro e professor.”

Atuando como professor João Capistrano teve a colaboração de sua irmã Mariinha Raulino Alcântara, esta senhora é esposa do senhor José Martins de Souza. As primeiras aulas no sítio São José aconteciam em sua própria residência. À sua irmã Mariinha Raulino Alcântara faleceu no ano de 1912, deixando viúvo José Martins de Souza. O Senhor José Martins de Souza trabalhou como pedreiro na construção da capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Na página 108, do livro “Alcântaras: III séculos de História” DIOGO (2016) explica “a família Alcântara prestou inúmeros serviços para o desenvolvimento do sítio São José; fixando residência nas terras da Meruoca, tornaram-se os grandes proprietários de terras na região. João Capistrano de Alcântara acabou se tornando o maior proprietário do sítio São José. Suas terras começavam do Nazaré, percorrendo ao sopé do serrote do sito Macaco, alcançando as terras do Frade até o sítio Caldeirão”

Sobre as famílias em terras alcantarenses DIOGO (2016) menciona “Já no final do século XIX várias famílias passam a fixar residência nas terras próximas ao sítio São José. No sítio Benedito registra-se a chegada da família dos Chagas; no sítio Santa Barbara, as margens do riacho badalejo chegam os agricultores Neném Galeno, Luiz Thomaz e o senhor Eucrides; no sítio São Roberto, na pessoa de Procópio Dias Galvão e a família de Lucio Corrêa da Costa Barros; no sítio Prata, o senhor Joaquim Rodrigues de Melo; no sítio Silva, o senhor Antonio Rocha; no sítio Tabuas, o senhor João Estevão; no sítio Macaco a pessoa de Antonio Moreira e o “vei” Pereira Caetano, este último é tetravô materno do autor destas linhas.


Dados do município/localização

Aniversário: 10/12/1957
Fundação: 10/12/1957
Gentílico: Alcantarense
Unidade Federatíva: Ceará
Mesoregião: Noroeste Cearense
Microregião: Meruoca
Distância para a capital: 261 Km


Dados de características geográficas

Área: 138,598 km²
População estimada: 10.171 hab
Densidade: 77,7 hab./km²
Altitude: 666 m
Clima: Tropical quente semi-árido com pluviometria média de 1124mm
Fuso Horário: UTC-3


HINO DE ALCÂNTARAS

Capistrano de longe chegou
Entre montes um lar construiu,
Sua pátria querida trocou
Pela terra fecunda que viu.

Alcântaras sorrindo matina
Ao trabalho seus filho conduz;
Rocha verte água cristalina,
Mineral de granito produz.

Trabalhando, elevamos
Nosso berço varonil
Te queremos, te amamos
Pedacinho do Brasil!

Frutos bons que nosso pomar vinga,
Nosso clima, sítios verdejantes,
O Talhado, a Gruta e o Pinga,
Embelezam nossos visitantes.

Lá no cume rochoso se vê
Dormitando em seu esplendor,
A beleza que vemos crescer
Espargindo orvalho de amor.

Trabalhando, elevamos
Nosso berço varonil
Te queremos, te amamos
Pedacinho do Brasil!

Majestoso terreno serrano
Mausoléu e celeiro de heróis,
Descoberto por João Capistrano,
Reservado, por Deus, para nós.

Solo Pátrio que enaltecemos,
Orgulhosos de vê-lo sem par,
Irmanados, na força, queremos,
Sua glória bem alto cantar.

Trabalhando, elevamos
Nosso berço varonil
Te queremos, te amamos
Pedacinho do Brasil!